Sobre a autora

Rita Scheel-Ybert é a Cientista Vegana.

Cientista, professora, mãe, bióloga, ecóloga, arqueóloga, arqueobotânica, cozinheira, vegana, feminista, cidadã do mundo...

Minha história de alimentação com plantas começou há muito tempo, ainda na infância, toda vivida em cidades pequenas do interior e em zona rural. Minha mãe sempre valorizou as refeições “coloridas” e desde cedo nos proporcionou uma alimentação fora dos padrões usuais, que incluía elementos da macrobiótica, muitos vegetais, e uma profusão de PANCs.

Tornei-me vegetariana de moto próprio, de um dia para o outro, no início dos anos 1990. Na época eu já morava no Rio de Janeiro, aonde vim para estudar, mas continuava frequentando muito o interior e aprendendo com a comida da roça. Meus muitos amigos vegetarianos aos poucos foram abandonando ao longo do caminho, mas eu nunca me incomodei em ser chamada “xiita” ou “radical”, e nunca “flexibilizei” minha alimentação. Tornei-me vegetariana estrita no final dos anos 1990, e lá por 2010 adotei o veganismo (não, eu nunca marquei no calendário, então não sei as datas exatas). Toda essa trajetória influenciou meus padrões alimentares, e ao longo dos anos eu fui aprendendo mais receitas, desenvolvendo a criatividade, adquirindo o gosto pela cozinha e o amor ao fogão a lenha.

 

Mas minha cozinha recebeu também uma forte contribuição da culinária francesa, e especialmente mediterrânea, devido aos anos que passei vivendo no sul da França (1994-2002). Nessa época, casada com um francês, me tornei praticamente “nativa” e me adaptei perfeitamente à alimentação local – com exceção dos produtos animais, claro. Mas a culinária mediterrânea, fortemente baseada em vegetais, nos proporcionava inúmeras opções que permitiram à nossa família adotar o estilo alimentar local, ainda que, é claro, sempre mantendo práticas culinárias das minhas origens. Mais tarde vim a conhecer a “alimentação viva”, a fermentação, e pouco a pouco fui adquirindo elementos de diversas tradições gastronômicas que hoje formam esse amálgama de influências, essa “cozinha de fusão” que caracteriza o meu jeito de cozinhar.

Uma cozinha que antes de tudo precisa ser simples, mas também saborosa, nutritiva e apetitosa. Porque afinal, comer ainda é uma das melhores coisas da vida, não é?