Banana é uma fruta tão importante para a gente que muita gente pensa que ela é nativa aqui do continente americano. No entanto, essa fruta maravilhosa foi domesticada há mais de 7000 anos atrás no sudeste asiático – os vestígios arqueológicos mais antigos foram encontrados na Papua Nova Guiné. E embora ainda existam pessoas que insistem que a banana só chegou aqui depois da colonização, há provas abundantes de sua presença nas Américas antes da chegada de Colombo. O caminho mais provável para essa introdução, segundo vários pesquisadores, teria sido através das navegações dos povos polinésios, que dispersaram a banana em todo o entorno do Pacífico. Acredita-se que a entrada da banana no continente americano tenha se dado através da costa do Equador há mais de 2000 anos atrás (Langdon, 1993).

Hoje a banana é uma das frutas mais apreciadas internacionalmente, sendo considerada como o quarto cultivo mais importante do mundo. Existem mais de 1000 variedades de bananas diferentes, distribuídas pelas regiões tropicais e subtropicais do planeta, mas as variedades comerciais e as mais plantadas são bem poucas (Li & Ge, 2017). Essas frutas que a gente conhece e aprecia, no entanto, tão macias e fáceis de comer, são muito diferentes de seus ancestrais selvagens, que eram cheios de sementes! O que mostra como a domesticação transformou as plantas e as tornou mais agradáveis aos humanos. Mas isso tem um lado negativo também. Por não terem sementes, as bananas perderam a capacidade de reprodução sexuada, então apresentam uma baixa diversidade genética. Isso, associado à prática de monocultura, faz com que elas sejam muito mais susceptíveis a doenças e ataques de pragas, o que pode levar culturas inteiras a serem dizimadas ao mesmo tempo – gerando um risco real de extinção em massa (Kambhampaty, 2019). Já imaginou? Eu prefiro nem pensar na possibilidade de um mundo sem bananas, e com certeza a maior parte de vocês também. Muitos cientistas vêm alertando e trabalhando nesse problema, mas sem dúvida a agroecologia é o melhor caminho para nos proteger de tamanha perda – e de muitas outras!

Enquanto isso, que tal a gente pensar em uma sobremesa facílima de fazer, deliciosa, mas que sempre impressiona e faz bonito? A resposta é simples: bananas flambadas!!

Aprendi essa receita na França, de uma pessoa muito querida, que ao final de um jantar entre amigos produziu (diante de meu olhar fascinado) uma sobremesa espetacular para o nosso grupo.

Apesar das chamas, a receita é absurdamente simples, e eu nunca mais deixei de fazer, seja em ocasiões especiais, seja no dia a dia. Fica muito saboroso, e o espetáculo é garantido!