Abóboras são plantas nativas do continente americano, e estão entre as primeiras espécies que foram domesticadas no mundo. Estudos arqueológicos, genéticos, filogenéticos, e outros, apontam para a existência de vários centros de domesticação desde o sul dos Estados Unidos até a Argentina. Evidências arqueológias sugerem que a primeira domesticação ocorreu na América Central ou norte da América do Sul, há mais de 10.000 anos atrás. Desde então, seu cultivo se dispersou pelo continente e seus frutos se tornaram importantíssimos para a alimentação de povos de diversas culturas, do passado e atuais. Além de alimento, as abóboras frequentemente assumiram importância também em contextos rituais ou outras manifestações culturais. Elas eram usadas como oferendas funerárias em sambaquis do litoral brasileiro há mais de 3000 anos atrás (e possivelmente também consumidas em banquetes fúnebres), além de sua importância nas tradições modernas de Halloween, para ficar somente em dois exemplos.

As abóboras pertencem ao gênero Cucurbita (família Cucurbitaceae), que tem várias espécies e inúmeras subespécies domesticadas, apresentando uma enorme diversidade de formas, tamanhos, cores, sabores e usos culinários. Estão entre os alimentos mais versáteis da nossa cozinha, podendo ser consumidas verdes, maduras, em receitas doces, salgadas, em bolos ou pães, e até em sucos – sem contar suas deliciosas sementes. Além disso, são extremamente nutritivas, sendo ricas em vitaminas A, C, E, K e do complexo B e em minerais como cálcio, ferro, fósforo, potássio, magnésio e zinco.

Na receita aqui apresentada, a abóbora assume um ar de festa. É um assado bem simples de preparar, mas que surpreende pela mistura de sabores, especialmente se você decidir carregar nas ervas e especiarias, como é geralmente o meu caso. Tempere sem medo, não hesite em usar bastante canela e louro, sálvia ou a erva que preferir. Experimente, alternativamente, usar folhas de pitanga (que têm um aroma semelhante às folhas de curry), fica delicioso. E regale-se.