Beterrabas geralmente chegam para a gente sem folhas, mas em feiras, especialmente as agroecológicas, é frequente encontrá-las em rama. Muita gente descarta essas folhas, mas elas são uma verdura deliciosa, e dá para fazer muita coisa com elas. Desde um simples refogado até saladas, quiches, tortas, sopas...

A beterraba é chamada de raiz tuberosa, mas mais especificamente, ela é originada do engrossamento de uma parte do caule. Existem inúmeras variedades, todas pertencentes à mesma espécie: Beta vulgaris. A beterraba roxa é a mais comum aqui, mas ela pode ser vermelha, amarela, branca ou listrada, além da beterraba forrageira, e até açucareira. Na Europa, a maior parte do açúcar consumido é feito com beterraba. E na França, existe uma verdura muito apreciada que na verdade é mais uma variedade de beterraba – aqui ela é chamada “acelga portuguesa”. O ancestral selvagem de todas elas é uma espécie europeia bastante comum em beiras de praia (Beta maritima), que também é comestível e costuma ser chamada de “espinafre selvagem”. E sim, ela é um parente do espinafre europeu! Mas ele por sua vez é diferente do nosso, tem folhas maiores e pertence a outra família botânica, embora o gosto seja parecido.

As folhas de beterraba hoje em dia são consideradas PANC, mas houve um tempo em que não era assim. A primeira planta domesticada foi como verdura, e só mais tarde apareceram as variedades com tubérculos. Então nada mais natural do que adotá-la novamente como verdura, não acha? Ela pode ser usada exatamente como o espinafre em qualquer preparação, e as folhas mais novas podem ser comidas cruas, em salada.

Mas a minha forma preferida de preparar folhas de beterraba é essa sopa!! Não só é muito nutritiva, como fica deliciosa, e ainda por cima, linda! De comer com os olhos e encantar o paladar!