Aipim, mandioca, macaxeira, maniva, Manihot esculenta… Essa raiz maravilhosa tem quase tantos nomes quanto tem utilidades na cozinha. Quem não se encanta com farofa, biju, tapioca, pão de queijo, bolo de aipim, cuscuz doce, aipim frito, aipim cozido desmanchando na boca, e tantas outras iguarias? Cozida, assada, frita, em farinha, em fécula (polvilho, goma), ela é a base de uma infinidade de preparações típicas que fazem o orgulho dos brasileiros. Orgulho muito merecido, aliás, pois essa planta que hoje é um alimento de base em muitas partes do mundo é nativa das nossas terras e foi domesticada no sudoeste da Amazonia. O aipim é um importante alimento para os povos que ocuparam o território brasileiro desde tempos imemoriais. Vestígios arqueológicos de aipim são muito frágeis e muito difíceis de encontrar. Estudos de microarqueobotânica já identificaram grãos de amido de até 8000 antes do presente, mas sabemos que sua domesticação foi anterior. Em relatos de séculos passados, viajantes descrevem sua importância como uma planta muito conhecida e necessária, a partir da qual se fabricava todo tipo de alimento.

Aqui seguimos essa tradição e usamos muito aipim no nosso dia-a-dia, preparado das mais diversas formas. Inclusive em sopa, da qual faço diferentes versões, todas deliciosas. Para aquecer as noites de inverno e alimentar o corpo e o espírito.