Pão de centeio

INGREDIENTES

  • 400 g de farinha de centeio
  • 100 g de farinha de trigo branca ou integral
  • 100 g de levain
  • 50 g de sementes de girassol, linhaça ou outra (opcional)
  • 10 g de sal marinho
  • 350 ml de água

MODO DE FAZER

  1. Peneirar as farinhas sobre uma bancada ou em uma tigela ou bacia; juntar o sal; misturar bem
  2. Abrir um poço no centro das farinhas peneiradas
  3. Juntar o fermento crescido (levain)
  4. Juntar ⅔ da água; ir juntando aos poucos o resto da água enquanto mistura
  5. Misturar bem com as mãos, até homogeizar os ingredientes
  6. Formar uma bola com a massa; manter em uma bancada, bacia ou gamela coberta com um pano úmido, em ambiente de temperatura amena e sem correntes de ar
  7. Deixar a massa descansar por cerca de 1 hora (opcional - Autólise/Fermentólise)
  8. Caso a receita leve outros ingredientes (sementes, ervas, azeite etc.), juntar após o descanso
  9. Dobrar a massa 3 ou 4 vezes; formar uma bola; cobrir com um pano úmido
  10. Deixar a massa descansar por cerca de 1h30 a 2 horas (sempre coberto por um pano úmido), dobrando 3 ou 4 vezes a cada 30 minutos – no total, serão 3 a 4 dobras, dependendo da temperatura ambiente (Primeira fermentação)
  11. – Alternativamente, deixar descansar para fazer um pão “sem sova”
  12. Neste momento a massa pode ser colocada na geladeira (coberta por um pano úmido e envolta em um saco plástico fechado) por 12 a 24 horas para completar a primeira fermentação antes da modelagem (opcional)
  13. Transferir a massa para uma bancada enfarinhada; se necessário, dividir a massa em duas partes
  14. Para cada parte, dobrar a massa sobre si mesma e bolear delicadamente (Pré-modelagem)
  15. Deixar descansar na bancada por 15-30 minutos
  16. Modelar (cada parte) conforme sua preferência ou como indicado nas receitas (Modelagem)
  17. Colocar cada pão modelado com a emenda para baixo sobre um pano de prato enfarinhado, em um cesto de fermentação ou em uma forma untada e enfarinhada; cobrir com um pano úmido
  18. Deixar descansar por cerca de 1h30 a 2 horas em temperatura ambiente ou por 12 a 48 horas em geladeira (Segunda fermentação)
  19. 30 minutos a 1 hora antes do momento de enfornar, preaquecer o forno no máximo  
  20. Riscar a superfície do pão com uma lâmina ou faca afiada
  21. Se o pão não estiver na forma, transferir para uma assadeira untada e enfarinhada ou para uma panela de ferro tampada (dutch-oven)
  22. Enfornar
  23. Se usar assadeira, vaporizar água sobre o pão e/ou dar golpe de vapor
  24. Se usar dutch-oven, retirar a tampa após 20 minutos
  25. Assar pelo tempo indicado; o pão pronto soará oco ao bater (bata com uma colher de pau na parte de baixo para ouvir)
  26. Desenfornar; se for o caso, desenformar
  27. Colocar o pão sobre uma grade e deixar esfriar completamente
  28. Idealmente, esperar pelo menos 4 horas antes de abrir 

 

Embora diversos pães sejam chamados de “camponês”, ou “rústico”, a maior parte deles leva esse nome sem merecer, pois se tratam de versões “elegantes”, e geralmente embranquiçadas, dos pães tradicionais. Mas o verdadeiro “pão rústico” é o pão de centeio – mais robusto que o trigo, logo mais fácil de cultivar, por ser mais resistente ao frio e à seca, o centeio era mais acessível às classes populares, e inclusive considerado “alimento de pobre”. Também chamado “pão preto”, tem várias versões típicas de cada país, sendo até hoje um pão muito apreciado no norte da Europa.
Na França, a farinha de centeio é considerada como “não panificável”, e por isso raramente se encontra um pão com 100% de centeio. As regras de panificação francesas consideram que para ser chamado “pão de centeio” a massa deve ter pelo menos 65% desta farinha.
Eu faço várias versões desse mesmo pão: a receita abaixo, com predominantemente centeio, produz um pão bem escuro mas mais fácil de trabalhar; frequentemente eu uso 100% centeio; mas às vezes prefiro uma massa meio a meio (250 g de centeio para 250 g de trigo branca ou integral), que eu chamo de “centeio claro” e também é muito saborosa. Na verdade você pode variar como quiser as proporções de farinha, mas sempre se lembre de ajustar a quantidade de água, pois diferentes farinhas aceitam diferentes níveis de hidratação.
Embora dizer que a farinha de centeio é “não panificável” seja, na minha opinião, um exagero, ela é de fato mais difícil de trabalhar do que a farinha de trigo, então aqui vão algumas dicas: Em primeiro lugar, não se deve fazer autólise/fermentólise, pois o centeio não tem tanto glúten quanto o trigo. Pela mesma razão, a massa com centeio tende sempre a ficar um pouco mais pegajosa; isso é normal – use mais água para umedecer as mãos a fim de facilitar o trabalho (lembre-se, sem encharcar!). Além disso, a farinha de centeio aumenta a atividade do fermento, reduzindo o tempo de fermentação, de modo que o crescimento pode ser mais rápido do que o esperado – é preciso acompanhar a fermentação mais de perto. Em compensação, o cozimento é mais demorado.