Alho confitado

INGREDIENTES

  • 3-4 cabeças de alho
  • 2 ramos de tomilho
  • 2 ramos de alecrim
  • 1 ramo de folhas de pitanga
  • 1-2 folhas de louro
    • (ou outras ervas à sua escolha)
  • 1 punhado de grãos de pimenta do reino
  • 1 c.cf. de sal grosso
  • q.b. azeite de oliva (para cobrir)

MODO DE FAZER

  1. Descascar os dentes de alho
  2. Juntar alho, sal, pimenta e ervas em uma panela pequena
  3. Despejar azeite até cobrir bem
  4. Cozinhar em fogo baixíssimo por cerca de 1 hora
  5. Desligar o fogo; esperar esfriar
  6. Transferir para um vidro de tampa hermética
  7. Conservar na geladeira por até 3 meses

 

DICAS:

  • O azeite pode ferver ligeiramente, mas de jeito nenhum deixar formar grandes bolhas. Caso não seja possível abaixar o fogo, coloque uma placa de metal (p.ex. uma tampa de panela amassada) debaixo da panela
  • Durante a conservação, cuidar que os dentes de alho estejam continuamente cobertos pelo azeite; caso comecem a secar, reponha um pouco de azeite fresco
  • Não utilize os dedos nem talheres já usados para retirar o alho ou o azeite do pote; usar sempre uma colher limpa para evitar qualquer contaminação

 

O alho é um dos legumes/condimentos mais usados ao redor do mundo. Apesar de seu sabor intenso e algumas vezes controverso, seu uso na cozinha (e até fora dela) é quase uma unanimidade. Aqui no Brasil, o alho é mais comum como tempero, mas nos países mediterrâneos ele frequentemente assume o protagonismo do prato – como nessa receita de alho confitado, por exemplo, que eu aprendi na França e que pode ser usada para passar no pão, comer como aperitivo, na salada, na pizza, em assados, como molho de macarrão, ou do jeito que a sua imaginação mandar. Um requinte!!

“Confitar” é um termo da gastronomia que vem do francês “confire”, e que significa cozinhar o alimento lentamente, em baixa temperatura, com gordura (embora na França se use o mesmo termo para cozinhar no açúcar ou macerar em álcool ou vinagre). O objetivo inicial é garantir a conservação, mas o processo também altera o sabor e transforma os alimentos, criando novas e surpreendentes possibilidades gustativas. No caso do alho, ele ganha um sabor suave e quase adocicado, que fica ainda mais incrível realçado pelas ervas. É muito fácil de fazer e é uma receita totalmente sem perdas, pois junto com o alho você ganha um azeite maravilhosamente temperado que também tem mil utilidades.

O alho é cultivado há milhares de ano no Velho Mundo, mas não se tem ainda muita certeza de sua origem – ele provavelmente foi domesticado em algum lugar entre a atual Turquia, o Oriente Próximo e a Ásia Central. Os vestígios arqueológicos mais antigos conhecidos foram encontrados em Israel (c. 6000 anos antes do presente) e no Egito (desde c. 3500 anos AP). Ele também figura em diversas esculturas, imagens e textos antigos – como em registros cuneiformes encontrados na Mesopotâmia e datados de cerca de 6000 anos AP –, mostrando que foi uma importante fonte de alimento e remédio ao longo da história humana (Zohary et al., 2012).

Suas propriedades medicinais são inúmeras, reconhecidas pela medicina tradicional e moderna: além de ser antiinflamatorio, antimicrobiano, antifúngico, antihelmintico, antioxidante, cicatrizante, digestivo, hepatoprotetor e imunoestimulante, ele é utilizado para tratar inúmeras patologias, como pressão alta, colesterol, diabetes, asma, bronquite, rinite, tuberculose, febre, malária, doenças de pele, doenças urinárias, pedras nos rins, indigestão, cólicas, catarata, câncer, dores musculares, artrite, gota, epilepsia, anemia e outras (Alam et al., 2016). O alho também possui alto valor nutritivo, sendo rico em carboidratos e proteínas, além de vitaminas C e do complexo B e vários minerais (principalmente cálcio, ferro, magnésio, manganês, potássio, fósforo, zinco e selênio).

Ou seja, além de ser delicioso, alho é quase que um alimento mágico, que vale a pena você incluir, ou manter na sua alimentação. Que tal começar diversificando suas formas de uso com essa receitinha simplérrima que não tem como dar errado?