As castanhas de caju (Anacardium occidentale, Anacardiaceae) e do Pará (Bertholletia excelsa, Lecythidaceae) são ricas em proteínas, vitaminas do complexo B, E e C, fósforo, magnésio, zinco, ferro, cálcio, potássio e selênio – sendo que na castanha do Pará o selênio aparece em altíssima quantidade. Além disso, a castanha de caju é uma fonte importante de vitamina K e cobre.

As duas castanhas contém grande quantidade de triptofano (a de caju, mais ainda), o aminoácido precursor da serotonina e da melatonina. A serotonina, conhecida como o “hormônio da felicidade”, é um neurotransmissor que atua na regulação do humor, da sensação de fome, do sono, entre outros, e e por isso melhora a sensação de bem-estar e a memória, e combate estresse, depressão, ansiedade e distúrbios do sono.

Diversas receitas na internet sugerem bater a castanha-de-caju com água e consumir diretamente, sem coar. De fato, essa semente é tão macia que o resíduo se desmancha facilmente, podendo passar inteiramente pelo coador se bem comprimido. Eu, no entanto, prefiro coar sem apertar em excesso e conservar o resíduo. De um lado, isso produz um leite mais leve, que eu acho mais saboroso. De outro, me permite aproveitar o resíduo para fazer outras receitas, como manteiga, ricota ou pastinhas.

E embora seja verdade que essas castanhas costumam ser caras, principalmente aqui no sudeste e no mercado convencional, pense em adquiri-las através de compras coletivas. Você pode conseguir produtos orgânicos ou agroecológicos, de excelente qualidade, sem pagar tanto. Além disso, vale lembrar que essa receita é bem econômica. Com a quantidade de castanhas da foto (100 g), dá para fazer dois litros de leite!

– As castanhas de caju e do pará são vendidas como cruas, mas seu beneficiamento, para serem descascadas, consiste em um forte tratamento térmico, de modo que elas perdem seu potencial de germinação. No entanto, a hidratação continua sendo interessante, pois as torna mais digestíveis e diminui seu potencial calórico