Esse shampoo é na verdade um leite de mandioca concentrado. Ele funciona porque a mandioca, como a aveia, é rica em saponinas, e por isso eficiente na higiene corporal e dos cabelos.

"Shampoos" de mandioca podem ser feitos de duas maneiras: como nessa receita aqui, em que eu uso o leite cru, que é líquido, ou então cozinhando o leite para fazer uma papa, caso em que pode ser usado como shampoo ou sabonete, e que falarei melhor em outro post. 

A receita apresentada é semelhante ao leite de mandioca culinário. No entanto, esse leite só deve ser consumido após fervura ou cozimento. É um leite que engrossa rapidamente quando fervido, então é bom para fazer coisas que precisem de “liga”.

A mandioca (ou aipim - Manihot esculenta, Euphorbiaceae) – tanto a brava quanto a mansa – contém linamarina, que pode gerar cianeto livre e, em contato com água, ácido cianídrico, podendo ser extremamente tóxica e até letal. A eliminação das toxinas depende de fervura ou de um complexo processamento, que historicamente sempre exigiu uma enorme quantidade de trabalho visando tornar a mandioca adequada para consumo humano. A domesticação da planta, que é nativa do Brasil, reduziu bastante o teor de linamarina, mas não a eliminou totalmente, razão pela qual nunca se deve consumir mandioca crua.

Nutricionalmente, a mandioca é rica em vitamina C e vitaminas do complexo B e contém minerais como cálcio, ferro, magnésio, fósforo, potássio e zinco, mas em proporções relativamente baixas.