Coador de pano

INGREDIENTES

  • 50 cm de voil (organza) 100% poliéster
  • 80 cm de elástico redondo
  • 1 clipe de bloqueio pequeno (opcional)
  • 1 vela
  • 1 incenso fino

MODO DE FAZER

  1. Cortar o tecido em quadrados de 50 x 50 cm
  2. Dobrar em quatro; dobrar ao meio formando um triângulo com o menor ângulo no centro da dobra
  3. Recortar as bordas em forma arredondada
  4. Passar toda a borda do tecido pela vela acesa cuidadosamente; encostar apenas levemente para chamuscar a borda mas não queimar (isso vai impedir o tecido de desfiar)
  5. Com o incenso aceso, fazer uma linha de furos a cerca de um dedo da borda, com 2-3 cm de intervalo entre cada um – encostar o incenso levemente sem apertar, para o furo não ficar grande demais
  6. Fazer os furos em número par, para as duas pontas do elástico terminarem do mesmo lado
  7. Passar o elástico pelos furos
  8. Arrematar com um nó simples ou, se desejar, usar um clipe de bloqueio

 

  • Se preferir um círculo mais perfeito, pode preparar um molde de papelão com 50 cm de diâmetro e alfinetar o tecido para recortar (o voil é um tecido muito solto e escorregadio, por isso pode ser difícil cortar sem molde); da mesma forma, pode-se marcar a posição dos furos com alfinete. No entanto, uma pequena irregularidade de forma e espaçamento não atrapalha em nada, então eu faço tudo sem marcar

 

Fazer leite vegetal é uma parte importante da minha rotina, pois desde que descobrimos as delícias dos leites de sementes nos tornamos consumidores vorazes, o que significa que mais ou menos a cada 3 dias eu tenho um leite para espremer. Ocasionalmente também tomamos suco verde, mas é pouco comum, pois evitamos consumir produtos com veneno e por isso a maçã virou raridade aqui em casa. Mas qualquer suco, doce ou geleia que deva ser peneirado (goiaba, maracujá, acerola etc.) eu faço com o coador de pano. Que também uso para fazer caldos de ervas e de legumes, tofu, queijo vegetal, tudo e qualquer coisa que em outros tempos eu precisasse usar uma peneira – é mais fácil, mais eficiente e, para mim, muito mais prazeiroso. Ou seja, esse paninho se tornou um equipamento indispensável na minha cozinha, e tem até seu ganchinho próprio onde fica sempre pendurado para secar. Mas de tanto usar, ele acaba esgarçando o tecido, fura, e precisa ser substituído. Por isso rapidamente quis aprender a fazer em casa, e é tão fácil que qualquer um pode fazer também. E eu recomendo! Afinal, ninguém merece ficar sacudindo peneira, apertando com a colher e raspando por horas a fio. O coador de pano torna essa tarefa rápida, fácil, e sem sujeira!

As principais dicas são: Use sempre tecido 100% sintético. Isso é importante porque é fácil de lavar e seca rápido, evitando assim a proliferação de bactérias. Prefira fazer os furos com um incenso fino, como recomendado abaixo. É possível usar também um pedaço de arame ou a ponta de um clips de papel aberto, aquecidos na vela, mas o incenso facilita o trabalho, é mais rápido, faz furos mais padronizados, e traz todo um charme ao processo. Quanto ao “clipe de bloqueio”, ele é opcional. Para quem não reconhece o termo, trata-se daquela pecinha com mola, frequentemente usada para prender cordões em roupas esportivas, sacos de dormir e sacos de tecido em geral; pode ser de plástico ou de metal. Ele é muito útil para travar o elástico do coador de pano, ajustando à dimensão do recipiente que vai receber o líquido a ser coado e para ajustar a boca do coador no fechamento. Não é indispensável, mas é uma pecinha relativamente fácil de encontrar, e ajuda bastante – todos os que eu uso vêm de reaproveitamento, eu nunca comprei. No dia a dia, lave sempre com sabão de coco neutro, enxágue com bastante água e coloque rapidamente para secar em local bem ventilado. Lembre-se que você estará usando esse tecido para preparar seu alimento, então não vai querer nenhum acúmulo de produtos de limpeza nem de microorganismos neles.

É interessante saber que algumas pessoas chamam esse paninho de “panela furada”, termo cunhado pela Ana Branco, que foi uma das pioneiras na divulgação da alimentação viva no Brasil. Da forma como concebido por ela, existem diferentes tipos de “panelas furadas”, cada um visando um objetivo diferente. A mais fina (no 1) é a que recomendo aqui, feita com voil (também chamado de organza, frequentemente usado para cortinas); os poros do tecido são bem estreitos e é o ideal para coar leites vegetais, sucos verdes e outros. A intermediária (no 2), feita de tule ou filó com poros de cerca de 1 mm de diâmetro, é indicada para sucos em geral, desde que se queira uma consistência mais cremosa e um pouco mais de fibras. A mais larga (no 3) utiliza o filó mais grosso e mais aberto, com poros de 2-3 mm de diâmetro, sendo recomendada para espremer frutas macias sem liquidificar.

Eu nunca fiz das mais largas, pois o coador de voil atende todas as minhas necessidades. Lembrando que na maioria das vezes meu objetivo é o líquido, mas eu aproveito os resíduos também, que invento diversas maneiras de utilizar. Aqui em casa, tanto quanto possível, nada se perde!