Palmito mediterrâneo

INGREDIENTES

  • 1 kg de palmito fresco
  • 1 pimentão vermelho
  • 1 pimentão amarelo
  • 1 pimentão verde
  • 1 cebola roxa
  • 1 c.cf. de sal marinho
  • ervas mediterrâneas a gosto
  • azeite

 

para variar:

  • 2-4 batatas
  • 4 tomates

MODO DE FAZER

  1. Cortar o palmito em rodelas grossas
  2. Cortar os pimentões em quadrados largos
  3. Cortar a cebola em tiras finas no sentido do comprimento das fibras
  4. Cortar as batatas em cubos
  5. Misturar todos os ingredientes com ervas e sal
  6. Colocar em uma assadeira
  7. Regar com azeite
  8. Assar em forno alto por cerca de 40 minutos ou até dourar

 

Apesar do nome e da inspiração mediterrâneas, que se devem aos temperos usados, esse palmito é bem brasileiro. Desenvolvi essa receita logo que descobri as maravilhosas e infinitas possibilidades do palmito fresco, depois de passar uma vida pensando que palmito tinha gosto de vinagre – o que aliás certamente ocorre com a maioria de meus conterrâneos, habituados que somos a comer palmito em conserva. Mas o palmito fresco tem um sabor suave, delicado, e que se combina à perfeição com os pimentões e as ervas mediterrâneas. A receita original leva apenas palmito, pimentões e cebola, produzindo uma versão mais leve, que funciona como entrada ou como prato principal, se acompanhado de pão ou um cereal. Com a adição de batatas, o prato fica mais consistente, e pode ser servido como prato único (ou não!). Uma terceira possibilidade é adicionar tomates – em qualquer das versões anteriores –, o que por sua vez produz um prato mais suculento. Todos deliciosos.

O palmito é a parte mais tenra da palmeira – o tecido embrionário a partir do qual a planta produz todas os suas partes: caule, folhas, e até flores e frutos. Todas as palmeiras têm palmito, mas nem todos são bons de se comer. Para se retirar o palmito, a palmeira precisa ser cortada, o que mata a planta. O palmito mais tradicional era extraído das palmeiras juçara (Euterpe edulis), nativa da Mata Atlântica, e açaí (Euterpe oleraceae), da Amazonia. Atualmente, popularizou-se o cultivo de pupunha (Bactris gasipaes), também nativa da Amazonia. Ao contrário da juçara, que como a maioria das palmeiras tem tronco único, sacrificando a planta quando se extrai o palmito, a pupunha faz rebrota, e assim quando se corta um caule, outros podem brotar, formando touceiras. Além disso, a juçara demora quase uma década, ou mais, para produzir um palmito de tamanho adequado, enquanto a pupunha produz em no máximo 2 anos. A juçara foi tão explorada que está ameaçada de extinção, e por isso o extrativismo é proibido, embora ainda seja praticado. É importante, portanto, praticar um consumo consciente e só comprar palmito cultivado.

Não basta comer só planta, tem que ser sustentável!

(foto @CelsoPereira)