Ratatouille

INGREDIENTES

  • 2 abobrinhas
  • 1 berinjela
  • 3 tomates
  • 2 pimentões verde/vermelho
  • 1 cebola
  • 4 dentes de alho
  • 1 c.cf. de sal marinho ou sal de pimenta
  • 1 bouquet garnie, ervas de provence ou ervas mediterrâneas a gosto
  • manjericão e/ou salsinha a gosto

 

para variar:

  • 2 batatas

MODO DE FAZER

  1. Cortar abobrinha, beringela, tomates e pimentão em cubos ou pedaços grandes
  2. Cortar a cebola em tiras finas no sentido do comprimento das fibras
  3. Descascar o alho; deixar os dentes inteiros
  4. Refogar a cebola no azeite
  5. Juntar os tomates, sem mexer muito
  6. Juntar um pouco de água
  7. Temperar com sal e ervas provençais/mediterrâneas
  8. Ferver brevemente em fogo médio
  9. Acrescentar abobrinha, beringela e pimentão em camadas
  10. Abaixar o fogo; tampar
  11. Deixar cozinhar, mexendo o mínimo possível, até os legumes amaciarem
  12. Juntar mais água se necessário, mas sem nunca cobrir os legumes
  13. Desligar o fogo; juntar as ervas frescas

 

A ratatouille é um prato típico do sul da França, um cozido suculento composto de legumes “de verão”: beringela, abobrinha, pimentão, tomate e cebola lentamente cozidos no azeite de oliva com ervas. Mas essa receita hoje considerada tradicional é relativamente recente, pois nenhum dos legumes que a compõem é nativo da Europa. A beringela, provavelmente importada da India, começou a ser cultivada na Renascença (séculos XV-XVI); tomate, abobrinha e pimentão, todos nativos das Américas do Sul e Central, só chegaram com as grandes navegações e começaram a ser cultivados entre os séculos XVII e XIX. A palavra “ratatouille”, derivada do occitano “ratatolha” (cozido de legumes diversos), apareceu no final do século XVIII. Como no caso da maior parte das receitas “tradicionais”, não existe uma fórmula precisa, mas cada família tem a sua. Geralmente os legumes são cozidos todos juntos, eventualmente se desagregando e se misturando, mas alguns chefs modernos recomendam saltear os legumes separadamente um a um e só depois reuni-los, para melhor preservar o sabor individual – o que eu acho um preciosismo desnecessário, e totalmente em desacordo com a história original do prato.

Apesar de ter celebrizado esta receita, o filme “Ratatouille” (Pixar, 2007) fez um grande desserviço à culinária francesa, pois o prato que aparece no filme não tem nada a ver com a ratatouille tradicional. Trata-se, na verdade, de uma versão da receita turca “imal bayildi”, que tem mais ou menos os mesmos ingredientes mas é feita no forno. A receita apresentada foi criada por um chef americano famoso, dono de um restaurante francês na California, que por sua vez se inspirou do “confit bayaldi” de um chef francês. Ou seja, uma longa sequência de inspirações a partir de receitas que nunca tiveram nada a ver com a ratatouille. Péssima escolha.