Sopa de cebola
INGREDIENTES
- 4 cebolas
- 1 l de caldo de ervas ou caldo de legumes
- 1 c.cf. de sal marinho
- pimenta do reino a gosto
- azeite para refogar
- torradas ou croutons a gosto
- queijo vegano
MODO DE FAZER
- Cortar a cebola em tiras finas no sentido do comprimento das fibras
- Refogar no azeite
- Juntar o caldo de ervas; se necessário, juntar mais água
- Acrescentar sal e pimenta do reino moída na hora
- Cozinhar por cerca de 10 minutos ou até amaciar
- Transferir para cuias refratárias individuais (opcional)
- Distribuir as torradas na superfície
- Cobrir com queijo vegano
- Levar ao forno por cerca de 5 minutos para gratinar
- Servir quente
A sopa de cebola é hoje muito tradicional na França. Originalmente ela era uma refeição de gente pobre, conhecida desde pelo menos a época romana, mas com o tempo se glamourizou, a ponto de sua “invenção” ser atribuída aos reis – ora ao rei Luiz XV, ora a Luiz XIV, ora a Stanislaw, ex-rei da Polônia, pai da rainha consorte de Luiz XV. O fato é que desde o século XIX a receita se tornou comum nas cortes francesas, aonde era muito apreciada, ao que se conta por sua eficiência em disfarçar o cheiro de álcool em pessoas que haviam bebido demais. Talvez por esta razão, ou pelo simples fato de ter sido elevada ao status de nobreza, a sopa acabou se popularizando e se tornou, assim, uma “tradição francesa”. Hoje ela consiste provavelmente em um dos itens mais comuns do cardápio de qualquer restaurante francês, e foi aliás nesse contexto que eu a conheci: em uma noite romântica, na encantadora pracinha de Montmartre, rodeada de luzes feéricas, artistas de rua, muita música e um incontornável vinho tinto.
Mais recentemente, eu descobri que essa sopa faz parte também de outra tradição francesa: a festa de casamento. Um casamento tradicional francês geralmente começa pela manhã ou no início da tarde, com a cerimônia civil na prefeitura, continua na igreja para os votos religiosos, e de lá parte em ruidosa e enfeitada carreata até o local da festa. Festa que começa com um almoço ou brunch para toda a comunidade e engata com um jantar de inúmeros pratos para um grupo mais restrito, cada intervalo entre pratos ocupado por uma brincadeira com os convivas, e tudo isso seguido por muita dança. Mas onde entra a sopa? Não, não é no jantar. Depois da festa, quando a maior parte dos convivas já se foi, ficando apenas os amigos mais íntimos e familiares do casal, os recém casados “se recolhem” para a noite de núpcias e são seguidos pelos amigos, que lhes levam uma sopa de cebola, tradicionalmente servida em um penico. Confesso que a simbologia oculta por trás dessa tradição ainda me escapa, mas não posso negar que toda a festa é muito divertida.
No que se refere à receita propriamente dita, ela é muito simples, e consiste essencialmente em refogar as cebolas em manteiga e juntar água ou um caldo; tradicionalmente, ela é servida como entrada em ramequins especiais, depois de passar pelo forno com uma fatia de pão ou croutons e um queijo para gratinar. Foi uma receita muito fácil de veganizar, bastando para isso apenas usar gordura vegetal e queijo vegano. Mas pode ser servida sem queijo também, apenas como caldo. Aqui em casa ela sempre aparece como prato principal, já que a sopa é a vedete de nossos jantares. Delícia de se comer cantando e pedir mais.