Sopa de cebola

INGREDIENTES

  • 4 cebolas
  • 1 l de caldo de ervas ou caldo de legumes
  • 1 c.cf. de sal marinho
  • pimenta do reino a gosto
  • azeite para refogar
  • torradas ou croutons a gosto
  • queijo vegano

MODO DE FAZER

  1. Cortar a cebola em tiras finas no sentido do comprimento das fibras
  2. Refogar no azeite
  3. Juntar o caldo de ervas; se necessário, juntar mais água
  4. Acrescentar sal e pimenta do reino moída na hora
  5. Cozinhar por cerca de 10 minutos ou até amaciar
  6. Transferir para cuias refratárias individuais (opcional)
  7. Distribuir as torradas na superfície
  8. Cobrir com queijo vegano
  9. Levar ao forno por cerca de 5 minutos para gratinar
  10. Servir quente

 

A sopa de cebola é hoje muito tradicional na França. Originalmente ela era uma refeição de gente pobre, conhecida desde pelo menos a época romana, mas com o tempo se glamourizou, a ponto de sua “invenção” ser atribuída aos reis – ora ao rei Luiz XV, ora a Luiz XIV, ora a Stanislaw, ex-rei da Polônia, pai da rainha consorte de Luiz XV. O fato é que desde o século XIX a receita se tornou comum nas cortes francesas, aonde era muito apreciada, ao que se conta por sua eficiência em disfarçar o cheiro de álcool em pessoas que haviam bebido demais. Talvez por esta razão, ou pelo simples fato de ter sido elevada ao status de nobreza, a sopa acabou se popularizando e se tornou, assim, uma “tradição francesa”. Hoje ela consiste provavelmente em um dos itens mais comuns do cardápio de qualquer restaurante francês, e foi aliás nesse contexto que eu a conheci: em uma noite romântica, na encantadora pracinha de Montmartre, rodeada de luzes feéricas, artistas de rua, muita música e um incontornável vinho tinto.

Mais recentemente, eu descobri que essa sopa faz parte também de outra tradição francesa: a festa de casamento. Um casamento tradicional francês geralmente começa pela manhã ou no início da tarde, com a cerimônia civil na prefeitura, continua na igreja para os votos religiosos, e de lá parte em ruidosa e enfeitada carreata até o local da festa. Festa que começa com um almoço ou brunch para toda a comunidade e engata com um jantar de inúmeros pratos para um grupo mais restrito, cada intervalo entre pratos ocupado por uma brincadeira com os convivas, e tudo isso seguido por muita dança. Mas onde entra a sopa? Não, não é no jantar. Depois da festa, quando a maior parte dos convivas já se foi, ficando apenas os amigos mais íntimos e familiares do casal, os recém casados “se recolhem” para a noite de núpcias e são seguidos pelos amigos, que lhes levam uma sopa de cebola, tradicionalmente servida em um penico. Confesso que a simbologia oculta por trás dessa tradição ainda me escapa, mas não posso negar que toda a festa é muito divertida.

No que se refere à receita propriamente dita, ela é muito simples, e consiste essencialmente em refogar as cebolas em manteiga e juntar água ou um caldo; tradicionalmente, ela é servida como entrada em ramequins especiais, depois de passar pelo forno com uma fatia de pão ou croutons e um queijo para gratinar. Foi uma receita muito fácil de veganizar, bastando para isso apenas usar gordura vegetal e queijo vegano. Mas pode ser servida sem queijo também, apenas como caldo. Aqui em casa ela sempre aparece como prato principal, já que a sopa é a vedete de nossos jantares. Delícia de se comer cantando e pedir mais.