Sopa de caruru

INGREDIENTES

  • 1 maço grande de caruru
  • 2 tomates
  • 2 dentes de alho
  • 1 c.cf. de sal
  • 1 ramo de louro
  • azeite para refogar

MODO DE FAZER

  1. Desfolhar o caruru
  2. Cortar os tomates em cubos
  3. Picar o alho
  4. Refogar o alho no azeite
  5. Juntar os tomates
  6. Refogar bem, até desmanchar
  7. Juntar 1-2 litros de água
  8. Juntar sal e louro
  9. Esperar ferver
  10. Juntar as folhas
  11. Se necessário, acertar a água
  12. Cozinhar por mais 5 minutos

 

O caruru é uma planta nativa das Américas, um alimento delicioso e tradicional das culturas nativas do continente. Hoje pouco conhecido, é considerado uma PANC. Pertence ao gênero Amaranthus, e na verdade inclui várias espécies, que crescem como espontâneas nas cidades e na roça – ocorrem em beiras de calçada, em hortas e jardins ou em campos agrícolas. São chamadas de caruru, caruru-verde, caruru-de-mancha, caruru-pequeno, caruru-bravo, caruru-roxo, caruru-de-espinho, cariru, bredo, bredo-vermelho, bredo-de-espinho e outros (a não confundir com o cariru ou bredo do gênero Talinum, que é bem diferente, mas pode ter os mesmos nomes populares). Uma das espécies mais conhecidas é a que produz os grãos de amaranto que podemos encontrar nos mercados, mas todas elas são comestíveis, podendo-se consumir as sementes, folhas e até o talo. No entanto, essas plantas contêm nitratos, nitritos e oxalatos, que podem ser tóxicos, por isso não devem ser consumidas cruas, especialmente quanto às variedades mais avermelhadas e com espinhos. As folhas de todas as espécies têm alto valor nutricional, com bastante proteínas, vários minerais (cálcio, fósforo, ferro, potássio, zinco) e vitaminas A, E e do complexo B. Seu uso como verdura é mais comum no nordeste do Brasil, onde inclusive são usadas para preparar o famoso prato típico de mesmo nome – no qual, em muitas receitas, ele é substituído por quiabo, certamente por este ser mais acessível comercialmente.

Além disso, essas plantas são consideradas medicinais, sendo usadas em forma de chá, como emplastro ou cataplasma e na forma de banho para tratar machucados e feridas. São empregadas para tratar infecções, problemas hepáticos, diarréia, disenteria, sapinho, diabetes, colesterol alto e outros. As folhas e talos são galactogênios, e usados também para tratar mastite. Apesar disso tudo, é frequentemente tratada como “erva daninha”, sendo considerada uma ameaça pela indústria da soja, que busca sua erradicação.

Eu o conheço desde criança, e uma das boas lembranças que guardo é sair para catar caruru com a mãe – uma mestra em PANCs que muito me ensinou. Sempre o usamos refogado ou cozido, sozinho ou acompanhado de outros legumes. Hoje em dia, essa sopa, de receita autoral, é uma das minhas formas preferidas de preparo. Fazemos sempre com folhas colhidas no quintal, onde ele cresce espontaneamente. A gente gosta assim mesmo como na foto, com bastaaante caruru. Mas você pode usar menos folhas e mais tomates, se preferir. E pode fazer também com outras folhas, como cariru (o outro!), taioba, espinafre ou qualquer outra. É deliciosa, fácil de preparar e super nutritiva. Aquece o corpo e a alma. Confort food.