Tomates à provençal

INGREDIENTES

  • 6 tomates grandes
  • 150 g de farinha de rosca
  • ½ cabeça de alho
  • 1 ramo grande de manjericão ou tomilho
  • salsa a gosto
  • ½ copo (75 ml) de azeite
  • ½ copo (75 ml) de água
  • 1 c.cf. de sal marinho
  • 1 pitada de pimenta do reino

MODO DE FAZER

  1. Cortar os tomates ao meio, salpicar sal
  2. Colocar de cabeça para baixo em uma travessa refratária para perder a água
  3. Picar ou amassar o alho
  4. Cortar a salsa e o manjericão bem finos
  5. Em uma vasilha, misturar farinha de rosca, alho, ervas, sal, pimenta do reino, azeite e água
  6. Misturar bem, com um garfo, até obter uma massa úmida; se necessário, acrescentar um pouco mais de azeite ou de água
  7. Virar os tomates na travessa
  8. Sobre cada metade de tomate, colocar uma colher bem cheia da mistura de cobertura
  9. Se desejar, derramar um filete de água e/ou azeite no fundo da travessa (para formar um pouco de molho e deixar os tomates mais suculentos)
  10. Assar em forno alto por cerca de 40 minutos a 1 hora

 

  • Se preferir, bater o alho e as ervas com a água em um processador/liquidificador até obter uma pasta cremosa, e depois então misturar com os outros ingredientes.

 

Este é um prato típico do sul da França, conhecido desde o século XIX. Os tomates, de origem sul-americana, foram introduzidos na Europa logo depois da colonização da América, mas demoraram alguns séculos antes de se popularizar. Eles começaram a ser apreciados inicialmente no sul, da Itália ao mediterrâneo, e segundo consta foram levados para Paris e as regiões mais ao norte da França pelos provençais que se deslocaram para a capital durante a Revolução Francesa (Moncorgé, 2013). A partir dessa época o tomate rapidamente foi adotado pela cozinha europeia, ao ponto de se tornar símbolo da cozinha italiana e provençal. O que caracteriza a cozinha provençal é, na verdade, a combinação de azeite de oliva, alho e ervas aromáticas. Mas no imaginário da maioria dos franceses, o tomate também é símbolo dessa região, sempre associada ao sol, a dias luminosos e céus azuis. Não é à toa que na França a região sul do país, no entorno do Mediterrâneo, é chamada de Midi (Meio-Dia).

De todas as receitas provençais, essa é uma das mais emblemáticas. Muito apreciada como acompanhamento ou entrada, pode ser feita no forno ou na frigideira – quando feitos na frigideira, os tomates levam menos farinha de rosca e são fritos em muito azeite.

Para nós, no entanto, esse é um prato principal (feito sempre no forno), que pode ser acompanhado de arroz integral ou quinoa, ou simplesmente servido sozinho. Mais ainda do que prato principal, aqui em casa é prato de festa, daqueles que a gente sempre pensa em fazer nos aniversários e dias festivos. E em confraternizações da família estendida, nas quais frequentemente os primos pedem “o tomate da Rita”.

Essa receita reúne as principais características que eu mais aprecio em qualquer prato: que seja fácil de fazer, saboroso, e bonito de se ver. E nutritivo? Sim, claro! Mas como nossa alimentação no geral é muito nutritiva e saudável, essa raramente é uma preocupação imediata. Foi uma das primeiras coisas novas que aprendi quando morei na França. E é uma receita que traduz bem a minha própria dualidade, já que o principal ingrediente desse prato “típico francês” é um fruto nativo da América do Sul. Somando a isso as imensas doses de alegria que as travessas sempre despertam quando as coloco na mesa, posso dizer que essa receita ocupa um espaço todo especial entre os meus pratos preferidos. E no meu coração.